Quando eu era criança, meu brinquedo favorito além das bonequinhas de papel, era fazer algo como arroz com batatinha ou cenoura numa fogueira improvisada no pátio de casa. Eu fazia minhas 'comidinhas' e queria que meus irmãos provassem, mesmo sabendo que não estava nada bom. O tempo passou e eu fui aprendendo. Era o começo de uma paixão e na época eu nem sabia que cozinhar pra quem a gente ama era tão bom. Mexer com alimentos, fazer uma alquimia com tantos temperos e ingredientes disponíveis, sempre foi contagiante pra mim. Cozinhar nunca foi uma obrigação, ao contrário, é diversão, praticamente um ato de amor. Sempre que cozinho algo diferente e gostoso, quando sinto a satisfação e admiração vindas de quem provou, eu sinto uma felicidade inexplicável. Meu filho sempre diz que a comida que eu faço é melhor do que qualquer restaurante que ele já foi. Quando estava na escola, ele de vez em quando levava um coleguinha em casa pra comer alguma coisa e todo orgulhoso dizia: "viu, te falei que a minha mãe cozinha tri bem". O elogio do meu filho sempre foi o mais importante, porque é para ele que sempre cozinhei com o maior amor do mundo. Cada omelete que ele adora tem pitadas generosas de carinho e muito queijo.
O mais interessante é que descobri que cozinhar pode ser uma fonte inesgotável de surpresas. Sempre vai haver um prato diferente pra eu inventar. Sempre vai ter alguém pra provar. Porque a vida merece tempero, pede sabor.
A única coisa que eu nunca aprendi na cozinha, é gostar de lavar louça ... Fazer poesia com panelas não combina com louça suja. Eu também não. Mas, paradoxos culinários à parte, eu quero sempre mais louças sujas na pia e principalmente, fazer arte (no sentido de bagunça mesmo) no fogão!
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